Histórico
A preocupação com a Educação Básica das crianças em Dom Joaquim veio com os colonizadores alemães que aqui aportaram por volta de 1860. Segundo o historiador, Paulo Vendelino Kons, havia uma política colonizadora do Governo Imperial Brasileiro que se fazia sentir na Europa através das companhias de colonização e dos agentes de emigração para povoar os inúmeros vales e valatas da Província de Santa Catharina e outras. O governo brasileiro garantia: * Hospedagem e alimentação do porto de desembarque até a efetiva partida às Colônias e tratamento gratuito dos doentes; * Transporte gratuito desde o porto até a colônia; * Vendas de lotes de forma acessível a todos os lavradores inclusive aos filhos maiores de 18 anos; * Fornecimento de instrumentos da lavoura, sementes, casa provisória edificada e 1.000 braças quadradas de terra desmatada e recursos para o sustento da família durante os primeiros 6 meses; * A abertura de estradas e caminhos rurais e outras promessas. Nem tudo foi cumprido a risca. Tratando de educação nada foi fácil, porém os lavradores queriam ver seus filhos lendo e dominando as letras para poderem principalmente, receberem a primeira eucaristia ou a confirmação. No final do século XIX, imigrantes alemães do credo Luterano formaram uma pequena comunidade conhecida como Cedro Alto e ali construíram a 1ª Escola, da qual faziam parte crianças que imigraram com seus familiares e as que futuramente iam nascendo, passando assim a adquirirem instrução para receberem, principalmente, a primeira comunhão. Esta Escola conhecida também como Escola Alemã, ministrou quase sempre aulas em Língua Alemã até 1938, segundo Paulina Gohr, uma das professoras da escola, sendo dissolvida a partir daquele ano por causa da Segunda Guerra Mundial. Entretanto no século XX, aproximadamente em 1918, o governo criou a Escola Mista Cedro Baixo, com aproximadamente 15 alunos, nas proximidades das terras que hoje pertencem a Augusto Mafra a qual atendia família de imigrantes italianos e outras etnias. Teve como primeiro professor o Senhor Adolfo Silveira, entre 1918 até 1924. Segundo Paulina Gohr, aluna do então professor, a partir desta data, o mesmo transferiu residência para a cidade de Rio do Sul, de lá teve problemas com questões políticas, pois o mesmo era militante do comunismo, foi preso e ali veio a falecer. A partir de 1924, a Senhora Augusta Dutra de Souza, passou a ser professora até 1932. A preocupação com a Educação continuou, e a cada ano o aumento de crianças e de outros imigrantes, como poloneses, deixaram à escola pequena para tantas pessoas que necessitavam deste tão importante artifício da vida que é o domínio das letras e da ciência. Devido à guerra em 1938, com a interferência do Governo Federal Brasileiro, a escola alemã foi extinta. A partir de então, a Escola Mista Cedro Baixo passou a atender todos os alunos moradores do Cedro. Maria Lamarck Machado, em registros oficiais históricos pertencentes a Escola de Educação Maria Lamarck Machado Básica Monsenhor Gregório Locks, consta como a a primeira professora, em 1934, com três séries funcionando. Consta nesses registros a matrícula do masculino de 3 alunos na 3ª série, 5 alunos na 2ª série e 22 alunos na 1ª série; na matrícula feminina há o registro de 3 alunas na 3ª série, 4 alunas na 2ª série e 15 alunas na 1ª série. Entre as famílias que iniciaram as atividades da Unidade Escolar, as que mais se destacaram foram Hort, Heil, Bruns, Boedim, Groh, Crespi, Steingraber, Becker, Klabunde, Schlindwein, Maurício, Ern, Merico, Dias, Horn. Com o avanço das tecnologias e a vinda de mais pessoas para o bairro, a escola necessitava expandir-se e passou a funcionar na casa das Freiras ao lado da Igreja Católica. A construção de uma nova escola passou a ser prioridade entre os moradores do Cedro e assim pensou-se em uma localidade que pudesse atender a várias famílias. O terreno escolhido foi mais central e a interferência de Ludovico Merico, junto a Mitra Metropolitana e ao governo do Estado, fez com que em 1934 a escola fosse construída nas proximidades da Igreja e do comercio local, em terrenos da Mitra Metropolitana. Com passar do tempo, à expansão da escola, ocupou também os terrenos de frente para a Rua Cedro Grande, hoje Rua Ludovico Merico, e fundos para o Ribeirão do Cedro. Terrenos doados pela Prefeitura Municipal de Brusque, Mitra Metropolitana, Clara Alma Matilde Marchewsky Mafra. Registrados em cartório pelo Tabelionato Gevaerd aos 17 dias do mês de junho de 1981, livro 255, folha 0.17. No registro de imóveis - Comarca de Brusque - Estado de Santa Catarina - Titular Bruno Moritz - Oficial Maior Juracy K. Duarte, prenotado no protocolo 1B sob o número 17.518 página 210. Registrado no livro número 2A, nas folhas 9635.9636.9637.9638. A Escola Mista Cedro Baixo teve esta denominação até 1953, a partir de 1954 passou a ser denominada Escola Reunida "Professor Carlos Gevaerd" tendo como diretora a Irmã Maria Verônica Esser - escola localizada onde atualmente é o pátio da Igreja Matriz de Dom Joaquim. Como curiosidade é louvável registrar que 1955 a localidade de Cedro passou a denominar-se Dom Joaquim em homenagem ao Arcebispo da Mitra Metropolitana. Com a vinda de Monsenhor Gregório Locks, em 1969, para dirigir os trabalhos na paróquia de Dom Joaquim, construção da casa paroquial, reforma da igreja, a escola também passou a sofrer mudanças, sua localização passou a ser em frente à Rua Cedro Grande, hoje Ludovico Merico, 64. A mudança mais significativa foi à escolha do nome da escola que passou a denominar-se Grupo Escolar Monsenhor Gregório Locks. A Partir de 1970, o Grupo Escolar passou a ser chamado de Escola Básica, com 5 salas de aula a disposição. Houve a implantação da 5ª série do 1º grau. O processo foi gradativo. Em 1973,Monsenhor Gregório Locks obteve aprovação por unanimidade da Comissão de Ensino de 1º Grau para a colação de grau dos primeiros formandos da 8ª série. As necessidades na Educação avançaram e não pararam com a implantação da 5ª até 8ª série, e em 1988, foi implantado o ensino de 2º grau. A Escola Básica passou a se chamar Colégio Estadual Monsenhor Gregório Locks, funcionando no período noturno para atender principalmente aos jovens que trabalham em período integral na Indústria local ou no Comércio. A necessidade de um turno diurno fez com que em 1998 fosse implantado o 2º Grau no turno matutino, pois muitos alunos teriam opção de trabalho no turno vespertino ou mesmo noturno. Em agosto de 2002, a denominação do estabelecimento sofreu alteração para compatibilizar-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação no. 9394/96, que tem por objetivo a formação de um cidadão com uma educação básica em 11 anos de escolaridade. Por este motivo a escola denomina-se Escola de Educação Básica Monsenhor Gregório Locks, atendendo alunos desde a 1ª série do Ensino Fundamental até a conclusão do Ensino Médio. A grande maioria dos alunos são moradores do próprio bairro de Dom Joaquim. A Escola de Educação Básica Monsenhor Gregório Locks atende também as localidades de Tomás Coelho, São João, Cedro Grande, Ribeirão do Mafra, Cristalina, Pedras Grandes, Dom Joaquim, Rua Brusque, Rio Branco e Cedrinho. |